20 março 2009

Dar nome a esculturas

Neste preciso momento estou maravilhada, com uma sensação deliciosa de realização pessoal a transbordar em mim.
O que sempre me fascinou no mundo da arte, mesmo quando dizia com toda a convicção que queria ser Designer de Moda, era o facto de poder ter em mim o poder de criar. Eu como criadora.
Deus, o primeiro escultor do mundo, modelando um pedaço de barro, fez Adão. Eu, como uma estudante vulgar de escultura nos tempos que decorrem, uso a imagem de Adão e de Eva para criar escultura.
Os meus estudos até hoje partiram quase todos do corpo feminino, e mesmo na minha fase de estudo das Magnólias, eu liguei-as sempre muito ao feminino.
Porquê? Porque é o corpo criador, é nele que se geram vidas, foi nele que desde à muito foi incutida uma ideia de erótico.
Renoir uma vez disse que nunca pintou mulheres nuas porque no seu tempo eram todas umas gordas, e que ele preferia mulheres altas e magras.
Eu cá dou mais valorização a corpos carnudos que possam despertar na minha mente interpretações de formas.
Hoje entrei na oficina às 10h, e eram 20h quando saí.
Foi um alívio poder sair de lá com a minha escultura quase concluída (apenas faltam os retoques).
Construi uma maqueta muito diferente desta escultura, e que partiu de uma coxa.
Foi uma tentativa de abandonar o meu referente mais comum, que era rabos, mas que acabou por se tornar em algo muito semelhante ao meu Andrógino, e na minha opinião também a um feijão.
Por isso decido chamar-lhe a "Semente Andrógina".


1 comentário:

Ana Salomé disse...

A mim também me lembra um caracol...Beijinhos querida